Vou começar o post de hoje registrando o meu aniversário, que na verdade foi ontem.
18 anos agora, uma idade que indica o aumento da probabilidade de responsabilidades à vista. Claro, também pode ser mera impressão, ainda mais tendo em mente que levando uma vida razoavelmente fora da criminalidade, não preciso me preocupar com a possibilidade de ir para a prisão ou algo desse tipo. Pelo contrário, posso voltar minha atenção para o lado interessante que esse um ano de vida a mais pode oferecer, que é a chance de aprender a dirigir o quanto antes e tirar minha carteira de motorista, além de poder sair a noite sem precisar fazer identidade falsificada - que nunca precisei porque enfim, não sou muito de sair pra "balada" mesmo haha -, e entrar nos filmes sanguinários como SAW já que da última vez fui barrada devido a faixa etária, o que só me fez ter que aguardar um pouco mais pelo dvd. E ainda no quesito filmes, não, não to pensando em alugar filmes pornôs, antes que apareça algum lembrete desse tipo.
Enfim, in the end, não ocorreu nenhuma mudança drástica desde o dia 29 até o dia 30 de junho, mesmo que as pessoas insistam em perguntar "e então como está se sentindo agora que está mais velha?". Isso me faz pensar nesse estilo de perguntas que são feitas por pura tradição, afinal a resposta já é evidente ou então vamos admitir que o outro nem liga para o que você responde.
Aqui vão algumas:
1- Duas pessoas conhecidas - nessa categoria você pode incluir vizinhos, por exemplo - vem caminhando em direções opostas até que passam uma pela outra. Elas dão um sorriso e lançam o "oi, e aí tudo bom?" mas seguem o caminho sem esperar a resposta. Muitas vezes o "oi tudo bem?" é lançado pelas duas pessoas e ambas vão em frente sem querer ouvir o que o outro tem a dizer. Porque no fim das contas conhecidos não se importam se você está com dor de dente ou qualquer aflição que seja, eles tem mais o que fazer. Moral da história: o "tudo bem" serve apenas para produzir um efeito inconsciente em um determinado espaço existente no cérebro de cada ser humano, que quer atenção e gosta de pensar que todos se importam com ele, ainda que a realidade seja apenas a utilização pelo outro de uma das frases ensinadas no manual-do-bom-convívio-social.
2- Dois colegas se encontram. Faz tempos que não se veem, se abraçam e tudo o mais, perguntam como vai a vida, quais as novidades, perguntam pelos colegas-sumidos-em-comum "e a lurdinha cara, tens visto?", "po, e o tonhão, ouvi dizer que vai ser pai!", etc Depois, ao se despedirem, trocam telefones e vem com a clássica "precisamos combinar de sair!". Essa clássica possui variantes do tipo "temos que reunir a turma!", "vamos marcar de sair qualquer dia desses hein!", o que é imediatamente seguido pela resposta "claro, vamos mesmo!". Só que essa saída fica pra próxima reencarnação, ou - vamos evitar essa alternativa - pro enterro mesmo. Não duvido que os dois queiram se ver, mas existe uma comodidade que impede as pessoas de agendar coisas, incrível. Então a verdade é a seguinte: as pessoas só vão sair se falarem "pois é, nunca mais saímos, que tal irmos pra tal lugar nesse fim de semana". Ou seja, não diga vamos sair QUALQUER DIA, marque logo uma data para o encontro porque assim tem mil vezes mais chance de dar certo. A não ser, claro, que você realmente não queira mais ver a pessoa.
3- Pessoas no MSN ou Orkut da vida.
Fulano diz:
oi tudo bem?
Ciclana diz:
tudo e ctgo?
Fulano diz:
tudo tbm.. e aí, news?
Ciclana diz:
não e vc?
Fulano diz:
não tbm...
Sério, essa história de perguntar quais as novidades não é uma idéia legal. Tirando raras exceções, NINGUÉM responde que tem novidades, e o que é pior, isso parece anunciar o fim iminente da conversa, e tal silêncio só poderá ser salvo se um dos dois resolver mandar um video do YouTube pro outro assistir. Não adianta perguntar pelas novidades porque as pessoas nunca vão achar que aconteceu algo surpreendente na vida delas a ponto de ser taxado como novidade. Normalmente todos levam uma vida comum, ninguém tem uma identidade secreta e na verdade é o Spider Man que leva a vida salvando pessoas de incêndio e impedindo grandes assaltos. Nós, pobres seres sem super-poderes vamos falar o que? "nossa, comprei um pacote de biscoitos deliciosos, nunca tinha experimentado desses antes!". E como ninguém quer passar por alguém que vê o pacote de biscoitos como a novidade mais legal digna de ser comentada do seu dia, prefere falar que não tem nada de novo a dizer. Enfim, a dica é: não pergunte pelas news, vá contando o que tiver que contar de uma vez, isso deixa tudo muito mais natural.
E por aí vai. A lista segue em frente, mas o sono pós-almoço é maior que a disposição de postar em um blog que nem recebe tantas visitas assim. Agora com licença que eu vou bem ali ler o tijolo da Biografia dos Beatles, pelo Bob Spitz.
Ah, e se quiser, pode deixar um comentário aqui, eu sei que a letra não é muito visível mas está logo abaixo dos posts, não custa nada vai. (: